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Estabelecer rotina é o caminho para manter a saúde mental no isolamento social

Depressão, Transtorno Obsessivo Compulsivo, síndrome do pânico e transtornos alimentares podem ser desencadeados durante a pandemia

Em pouco mais de cinco meses, desde que a pandemia pelo novo Coronavirus surgiu em Wuhan, na China, epicentro do vírus, todo o planeta ficou tomado por notícias de aumento de pessoas infectadas e mortes pela Covid-19. Imagens de caminhões frigoríficos levando os corpos na Itália e nos Estados Unidos impactaram toda humanidade. Com isso, medo do desconhecido e a exigência de ficar em casa, podem ser gatilhos para transtornos psicológicos como depressão, transtorno obsessivo compulsivo ou síndrome do pânico. Para avaliar o impacto psicológico da quarentena, a editora especializada em medicina Brooks e cols (2020) revisou 24 artigos relacionados a surtos ou epidemias entre 2004 e 2019. A maioria dos estudos indica efeitos psicológicos negativos como sintomas de estresse pós-traumático, sintomas depressivos, tristeza, abuso de substância, estado confusional e irritabilidade.

Segundo levantamento, os fatores que causam o estresse vão do próprio estado de quarentena, alteração dramática na rotina, restrição da mobilidade, medo de ficar doente, frustração, tédio, suprimentos inadequados, informação limitada, perdas financeiras e estigma. A psicóloga Soraya Oliveira, que atende no Órion Complex, recomenda estabelecer uma rotina dentro do processo de isolamento social ou quarentena, como ter horário para acordar, comer e trabalhar, para garantir maior estabilidade mental.

Para ela, apesar de a pandemia ser passageira, tendo em vista a experiência da China, a situação é de angústia, porque ninguém sabe se será acometido pelo vírus ou se algum parente será. Soraya lembra que estar permanentemente em casa é uma novidade para muitas pessoas que estão habituadas a sair cedo e voltar apenas à noite. “Ao estar em casa, a pessoa entra em contato com emoções que há anos não entrava. Além dos próprios sentimentos, tem o medo da doença e a hiper convivência com os demais membros da família”.

“O mais comum é que as pessoas ficarem mais tempo juntas aos finais de semana, mas ainda assim, sempre com programações. Gostamos de ir ao shopping, lanchar, fazer churrasco na casa de amigos. Com todo mundo em casa, as relações estão muito próximas e os conflitos são inevitáveis, por isso, as pessoas questionam as relações. Prova disso é que depois da onda do coronavírus na China, aumentou significativamente o número de divórcios no país”, explica.

De acordo com a psicóloga, um quadro de depressão pode se apresentar de diversas formas, mas é comum o entristecimento em si. “É parecido com uma preguiça, mas não é! São sintomas depressivos que começam a dar sinais, por exemplo, de repente a pessoa não sente mais vontade de tomar banho, lavar o cabelo; acorda e passa todo o dia de pijamas, não escova os dentes. A casa começa a ficar sem cuidados e a desorganização externa reflete a desorganização interna”, reitera e complementa “as pessoas que relatam depressão sentem desamparo, tristeza, medo da morte e os pensamentos negativos vão tomando uma proporção bem maior que os otimistas.”

Além da depressão, outros transtornos psicológicos também podem ser evidenciados durante a pandemia do novo coronavírus, como o TOC, Transtorno Obsessivo Compulsivo. “As pessoas estão obcecadas por álcool em gel e por lavar as mãos. Não que isso seja errado, pelo contrário, mas traz o efeito psicológico”, explica. De maneira semelhante, a Síndrome do Pânico pode ser mais recorrente devido ao nível de ansiedade da população. “Cada vez que vai subindo o número de pessoas infectadas e óbitos, de alguma maneira, as pessoas vão entrando em pânico, porque percebem que a doença está chegando perto. Não será incomum você ficar sabendo de uma pessoa que morreu. É isso que gera ansiedade e provoca depressão”, reforça. A compulsão alimentar também é um reflexo da pandemia e vai muito além de memes nas redes sociais. “É real! As pessoas estão ganhando peso, porque veem na comida e na bebida uma forma de distrair a angústia”, diz Soraya.

O que fazer?

Soraya Oliveira defende que estabelecer uma rotina dentro do processo de quarentena é um excelente caminho para manter a saúde mental. “Do ponto de vista psíquico, a rotina é estabilizadora. Por isso, é importante que a as pessoas tenham horário para acordar, para comer e para dormir. É importante desenvolver uma rotina de atividade física, seja alongamento, meditação, ioga e isso independe da idade”, recomenda. Outra orientação que faz parte da rotina é ter uma boa alimentação, “as pessoas ainda estão achando que estão em férias, bebem e fazem churrasco! É interessante entender que estamos em casa nos proteger do vírus.”

Além de estabelecer uma rotina, a profissional recomenda que as pessoas equilibrem o quanto consomem de informações, assim, checar as notícias uma vez ao dia é suficiente para não gerar ansiedade ao ver o número de pessoas infectadas pela Covid-19. “Gostaria de pedir que as pessoas ergam a cabeça. Iremos vencer esse vírus com o enfrentamento! O coronavírus veio silenciar o mundo e nos colocar de pé de uma maneira mais humana. Não vamos sair ilesos disso, na verdade, acredito que vamos priorizar a vida, o ser humano e, sobretudo valorizar as pessoas que a gente ama. O enfrentamento é a melhor forma de seguir.”

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