Psico-Oncologia

Câncer, Psico-oncologia, Oncologia

 

A psico-oncologia é uma área de interface entre a psicologia e a oncologia e tem interesse em atender aos recorrentes aspectos psicossociais que envolvem o paciente com câncer. O câncer possui um significado ameaçador para o paciente, visto que está associado à interrupção da vida. Esse artigo tem a finalidade de esclarecer a importância da assistência psicológica em pacientes oncológicos, ampliar o conhecimento sobre o câncer, identificar a dinâmica deste paciente e o manejo do psicólogo na ressignificação do processo de adoecimento. Neste contexto, as práticas psicológicas devem pautar-se no tratamento do Ser Doente em sua situação peculiar e lançar mão de novos instrumentos para a reabilitação do sujeito a partir da sua nova condição de ser no mundo.

Ainda hoje, o câncer é uma doença cujo significado é ameaçador para a maioria das pessoas, pois está associado ao risco de morte e possibilidade de interrupção da trajetória existencial, que exige do indivíduo acometido força e criatividade para suportar mudanças, muitas vezes drásticas, em seu estilo de vida (Werebe, 2000).

O câncer é denominado uma enfermidade que se caracteriza como um grupo de doenças que ocorrem pela alteração ou aumento na divisão celular. E se classificam nos seguintes tipos: o carcinoma, que atacam as células epiteliais; os sarcomas, que são as malignidades nos músculos, ossos e cartilagens; os linfomas, que se formam no sistema linfático; as leucemias, que atacam os tecidos sanguíneos e formadores de sangue, como a medula óssea; dentre outros.

A psico-oncologia pauta-se em uma atuação preventiva primária com o objetivo de buscar formas de tratamento digna, humanizada e que favoreça a adesão ao processo de tratamento. Ao passo que considera o indivíduo como um ser integral, social, ajuda o paciente e seus familiares à ressignificar o processo de adoecimento, objetivando restaurar ou melhorar a qualidade de vida e possibilitar maiores expectativas de sobrevivência.

O psicólogo que antes, somente participava dos aspectos relacionados à saúde-doença ou em instituições que promoviam saúde mental, hoje, tem uma atuação mais ampliada em diversos setores da saúde, bem como em hospitais, unidades básicas, postos de saúde, casas de saúde, dentre outras instituições. Isso reflete ao aumento do número de demandas para esse profissional, inclusive no campo da oncologia.

Através da Psicologia da Saúde que se propunha em realizar promoção e manutenção da saúde, prevenção e tratamento de doenças; o psicólogo começa a adquirir seu espaço no hospital, sendo figura necessária nos serviços de suporte a toda equipe multidisciplinar. Nesse caso, os psicólogos da saúde ajudam os pacientes e familiares através de um apoio psicossocial no enfrentamento dos efeitos negativos do tratamento contra o câncer.

A Psicologia da Saúde tem como objetivo compreender como os fatores biológicos, comportamentais e sociais influenciam na saúde e na doença (APA, 2003).

É valido ressaltar que a Psicologia da Saúde tem o propósito de aplicar seus conhecimentos e técnicas para a promoção e manutenção da saúde individual, coletiva e de toda a população, pautando-se em atividades nos níveis primário, secundário e terciário. No caso do câncer, os psicólogos da saúde, objetivam atuar no nível primário, a fim de criar medidas preventivas para evitar o surgimento da doença.

De acordo com a definição do órgão que rege o exercício profissional do psicólogo no Brasil, o CFP 2003), o psicólogo especialista em Psicologia Hospitalar tem sua função centrada nos âmbito secundário e terciário de atenção à saúde, atuando em instituições de saúde e realizando atividades como: atendimento psicoterapêutico; grupos psicoterapêuticos; grupos de psicoprofilaxia; atendimentos em ambulatório unidade de terapia intensiva; pronto atendimento; enfermarias geral; psicomotricidade no contexto hospitalar; avaliação diagnóstica; psicodiagnóstico;consultoria e interconsultoria.

O paciente oncológico carrega em seu mundo subjetivo, muitas concepções negativas acerca da doença, o que dificulta no processo de adesão e recuperação. A proposta da assistência psicológica é uma alternativa da Psicologia da Saúde que tem a finalidade de prevenir e promover a saúde tanto em nível individual como coletivo através de uma visão biopsicossocial do processo de adoecimento do sujeito.

Quando falamos em sofrimento é importante salientar que não estamos nos referindo apenas ao sofrimento físico, gerado pelo mal-estar proveniente das sessões maciças de quimioterapia. Na verdade, o isolamento ao qual o paciente deve ser submetido, para evitar qualquer tipo de contaminação no período pós-quimioterapia, muitas vezes é vivido por este como um profundo sentimento de abandono. (CAMPOS, 2007).

A partir da publicação da Portaria nº 3.535 do Ministério da Saúde publicada no Diário Oficial da União, em 14/10/1998, compete ao psicólogo à presença obrigatória juntamente à equipe multidisciplinar, com o intuito de dar suporte ao atendimento oncológico junto ao SUS. Nesse sentindo, faz-se necessária a atuação desse profissional no tratamento do câncer, abrindo espaço a área denominada Psico-oncologia.

A Psico-Oncologia representa a área de interface entre a Psicologia e a Oncologia e utiliza conhecimento educacional, profissional e metodológico proveniente da Psicologia da Saúde para aplicá-lo: 1º) Na assistência ao paciente oncológico, sua família e profissionais de Saúde envolvidos com a prevenção, o tratamento, a reabilitação e a fase terminal da doença; 2º) Na pesquisa e no estudo de variáveis psicológicas e sociais relevantes para a compreensão da incidência, da recuperação e do tempo de sobrevida após o diagnóstico do câncer; 3º) Na organização de serviços oncológicos que visem ao atendimento integral do paciente, enfatizando de modo especial a formação e o aprimoramento dos profissionais da Saúde envolvidos nas diferentes etapas do tratamento. (CARVALHO,2002).

A assistência psicológica dentro do hospital busca o alívio emocional do paciente e de sua família, sendo que muitas vezes a ajuda a ser prestada implica numa mobilização de forças, em que a angústia e a ansiedade estão presentes, pois este Ser Doente encontra-se em um momento não escolhido de sua vida. (SANTOS, et al 2003).

O atendimento psicológico visa auxiliar o paciente no enfrentamento de sua doença, a fim de conscientizá-lo da sua condição atual e fornecer subsídios para uma compreensão melhor da sua patologia. Para tanto, é necessário que o profissional conheça as especificidades e tenha uma visão ampliada deste, para que assim, ajude-o a dar novos significados à sua doença e melhore sua qualidade de vida.

Via Psicologado

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